Com as tarifas americanas uniformemente ao nível de 50% sobre as exportações brasileiras, uma questão premente é quão dependente o Brasil é dos Estados Unidos como destino de suas exportações. Apesar de exportarmos grande parte dos nossos produtos para a China, os Estados Unidos vêm em segundo lugar com mais de US$43 bilhões apenas no ano de 2020.
Outra questão relevante é o tipo de exportação direcionada do Brasil para os Estados Unidos, que é predominantemente composto de petróleo em estado bruto, café e suco de laranja. Alguns desses bens encontram mercado em outros países, como o café, contudo, e usando o suco de laranja como exemplo, outros bens não têm essa facilidade.
Essa breve newsletter visa quantificar quão concentrado é o mercado destino das exportações brasileiras. Para tanto, usamos o Índice de Gini para mensurar essa concentração e desigualdade.
Usando esse instrumental e considerando os dados de 2020 para 2025, temos o seguinte comportamento de concentração das exportações brasileiras.
Valores maiores desse índice indicam que estamos exportando mais em valor US$ FOB para menos países, ou seja, a distribuição das nossas exportações concentram-se em poucos países destino. Há nos últimos cinco anos, uma tendência marcada de concentração das exportações brasileiras em uma menor quantidade de destinos.
Por fim, a fim de explicitar a questão geograficamente, a figura a seguir considera o share dos países como destino das exportações em termos de participações percentuais na média de 2020-2024.
É possível visualizar que os Estados Unidos, China, Rússia e vizinhos sul-americanos despontam como os principais destinos das exportações brasileiras.
Publicado inicialmente na minha newsletter no Linkedin, disponível aqui.