Introdução
No dia 6 de agosto de 2025, um Decreto Presidencial, emitido pelo presidente americano, Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre diversos bens importados do Brasil, tais como café, frutas e carnes, entrou em vigor. Esse Decreto Presidencial, contudo, isentou uma gama de bens, tais como aviões.
O objetivo deste breve texto é analisar, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de que forma o fluxo comercial brasileiro para os Estados Unidos foi impactado, inclusive do ponto de vista estadual. Adicionalmente, analisam-se os 20 principais setores que registraram as maiores quedas nas exportações e o comportamento comercial desses bens para os demais mercados globais.
Variação Total
Em comparação com julho de 2025, as exportações brasileiras para os EUA sofreram uma queda de 27,7%. Em julho, o Brasil exportou US$3822,320 milhões para os Estados Unidos, valor que caiu para US$2762.167 milhões em agosto.
Variação Estadual
No âmbito estadual, Acre, Alagoas e Sergipe foram os que registraram as maiores quedas em agosto na comparação com o mês anterior. O mapa a seguir ilustra o comportamento das exportações de cada estado brasileiro no mesmo período comparativo.

Fonte: Alan Leal, com base em dados da SECEX/MDIC.
Os 20 Produtos Mais Afetados (com exportações superiores a US$ 1 milhão)
Em uma segunda análise, foram selecionados os 20 produtos com volume de exportação superior a US$ 1 milhão em julho que tiveram as maiores quedas de suas exportações para os Estados Unidos. A lista a seguir apresenta esses produtos e suas respectivas variações.

Fonte: Alan Leal, com base em dados da SECEX/MDIC.
Houve redirecionamente das exportações?
Para responder a essa pergunta, analisa-se a variação do fluxo comercial dos 20 produtos mencionados anteriormente para todos os demais destinos, excetuando-se os Estados Unidos. Os itens são classificados em ordem decrescente de variação, da maior positiva à maior negativa. Variações positivas expressivas sugerem uma maior capacidade do setor em redirecionar para outros países as exportações antes destinadas ao mercado americano.

Fonte: Alan Leal, com base em dados da SECEX/MDIC.
Conclusão
O pacote de tarifas americano, apesar de atingir pouco mais da metade das exportações brasileiras para os EUA, teve impactos diversos em termos espaciais e setoriais. Consequentemente, estados como Alagoas e produtos como “Centro de usinagem, para trabalhar metais” foram significativamente afetados. Este último setor em particular, junto de vários outros, parece não ter conseguido encontrar novos mercados ou expandir seus fluxos comerciais para outros países como alternativa.